terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Um Passado em Viamão

Como sempre, antes do café da manhã pego os jornais do dia e sigo em uma leitura compulsiva, passo de jornais em jornais, de folha em folha buscando a informação e a qualidade da leitura impressa.
Cada vez mais me admiro com as escritas de colegas e “novatos” entre um papel e um lápis, entre um diálogo e uma afirmação, entre um esboço de matéria ao término de mais uma edição.
Entre essas escritas e informações, recordei-me de meu avô, seu Hélio, hoje com 82 anos de idade, lúcido, com seu olhos atentos, esperto que só; todos os dias ele caminha da parada 45 de Viamão, até a 42. Senão me engano, ele deve fazer uns (mais ou menos) 3km todos os dias.
Quando morei junto com meus avós, ficava admirando ele, no mesmo horário, com o mesmo habito: “ – Se alongar para não atrofiar” – diz meu avô; então, ali saia para sua caminhada matinal e quando retornava para sua casa, trazia em mãos o “antigo pão de quartekilo”. Eu esperava-o na frente de seu portão, prontamente para abrir e alcançar suas sandálias de couro, desgastadas pelo tempo.
Muitos me perguntam qual a sensação que sinto em correr uma maratona de 10km, respondo que é a mesma vontade que meu avô de 82 anos sente ao sair todos os dias para sua caminhada matinal.
No mesmo momento em que corro os olhos nos “papiros” impressos, aperto no teclado do computador o F5, atualizado, entro no site da Prefeitura de Viamão, e o que eu vejo?
Um site bem elaborado, e um vídeo com a descrição: “ Viamão do século passado” – ali inúmeras fotos – todas as gerações, que passavam em slides e eu ali boquiaberto com aquelas riquezas de “antiguidades” do nosso município.
Nossa Igreja riquíssima em beleza, que muitos não conhecem , nem mesmo percebem sua essência – Igreja Matriz de Viamão – as primeiras conduções, as casas, casas de bailes, crianças brincando e resgatando o que de melhor tem na vida, a simplicidade
Fotos em preto e branco e eu ali em frente, usando da tecnologia que hoje não vivemos sem, mas ao mesmo tempo coloquei-me no lugar de meu avô, que ali em “preto e branco” não sabia sequer o que poderia ver pela frente. Tenho orgulho em falar, que hoje, eu faço parte desta cidade, assim como meu avô faz. E pretendo chegar com meus 82 anos de idade, correndo os meus quilômetros por aí, quem sabe, podendo também, contar essa história para os meus netos.


André Luiz Siegle Fraga

 
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